INSANAS METÁFORAS

Vivo... em meio a essa vã hipocrisia
Mal disfarçada de civilidade
Que todos os dias nos rodeia...
Abominável teia!
Perdida em lembranças, eufórica
Em loucas buscas metafóricas
No inevitável fluxo da vida corrida
Por entre os dedos escorrida
Da memória, rapidamente varrida...!
Em meio a tudo isso
Vêm de encontro a mim, as palavras;
Palavras amigas, irmãs
Companheiras e cúmplices!
As de todos os instantes...
Palavras amantes...!
Pergunto-me: quem as lerá?
Conseguirá alguém decifrar
Minhas insanas
E imprudentes metáforas?
Quem será capaz de absorver
Meus desencontrados poemas?
Não sei... mas preciso dessa aventura
Dessa trama, dessa loucura
Ou enlouqueço de vez!
No sutil silêncio dos loucos
Como foto tirada atrás do muro
Revelam-se, mesmo no escuro!
Assim nascem meus poemas
Meu grito interior
Isento de medos,
Meus públicos segredos...