ESSE DEUS DESCONHECIDO
Fervia-se o tempo
em panela de ferro
ebulição das eras!
Borbulhavam os dias
de horas chiadas
respingo de minutos
caldo quente dos anos
fervura dos séculos
Cozinhava o tempo
em panela de ferro
imponente lava
cegando os crentes
abominando os fracos
roubando a forma
aos corpos insensatos
E ao fogo inclemente
da fatalidade
nasciam e morriam
as bolhas dos aconteceres
Na panela de ferro
a cozinhar as eras
encolhiam-se milênios
Eterno é o que queima e arde
se transfigura
sobre as chamas
e renasce pela boca
do inesperado
sem jamais se consumar...
Inconsumatus est!
Eterno é o verbo
queimado
ao fogo do
incompreensível
Eterno é o verbo
na lava que se consome
em si mesma
Seja feita a vossa vontade
a vontade
de quem quer que seja
esse deus
princípio, ou fim, fatalidade
ou cansaço, ou tédio
teimosia
ou desembestada vontade
Não quero tal improviso
per secula seculorum
digo não ao paraíso
deste deus
Desconhecido!
Fervia-se o tempo
em panela de ferro
ebulição das eras!
Borbulhavam os dias
de horas chiadas
respingo de minutos
caldo quente dos anos
fervura dos séculos
Cozinhava o tempo
em panela de ferro
imponente lava
cegando os crentes
abominando os fracos
roubando a forma
aos corpos insensatos
E ao fogo inclemente
da fatalidade
nasciam e morriam
as bolhas dos aconteceres
Na panela de ferro
a cozinhar as eras
encolhiam-se milênios
Eterno é o que queima e arde
se transfigura
sobre as chamas
e renasce pela boca
do inesperado
sem jamais se consumar...
Inconsumatus est!
Eterno é o verbo
queimado
ao fogo do
incompreensível
Eterno é o verbo
na lava que se consome
em si mesma
Seja feita a vossa vontade
a vontade
de quem quer que seja
esse deus
princípio, ou fim, fatalidade
ou cansaço, ou tédio
teimosia
ou desembestada vontade
Não quero tal improviso
per secula seculorum
digo não ao paraíso
deste deus
Desconhecido!