ÓDIO AMOR E TERRA

Sou totalmente terra

O sal de suas entranhas

Os vermes que decompõem a terra

O magma de seu sagrado manto

Da nascente em pranto

Em meus olhos de terra

Sou mar sou rio sou lago

Sou vale montanha e serra

Não a podridão da luxuriante matéria

Que contamina pelo querer essa terra

Fumaça da morte atmosférica

Ontem era paz hoje só guerra

Na ânsia do tolo pelo ouro

Quer todo o tesouro o tolo

E que morra e se consuma a terra

Tem na mão o canudo e o lodo

E a ilusão de ter e dar de tudo

Mas se vende,contudo

Onde sua moral se encerra

Não Não sabe que lá guardada

Em forma de uma cova rasa

Tua etérna morada lhe espera

Sou totalmente terra

O vômito da boca da terra

O suor do corpo da terra

A palavra desferida por terra

No alvo de tua seta

E você no cio vive e vadia

No ciclo de uma vida vazia

Com sua corja espera

Acumular experiências

Onde a carne impera

Esta mesma carne

Será consumida

Em vida ainda

Pelo verme do cio

E nem mesmo um rio

Lavará tanta podridão

Que de suas entranhas

Escorrendo da supura o pus

A pomada antibiótica reluz

Mas a doença não espera

E suas carnes fedentinas

Alimentarão a carnificina

E estarão podres ainda

Quando todas voltarem

Para o seio da terra

Sem luxo sexo ou vela

Para os vermes da mesma terra

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 08/02/2007
Reeditado em 12/02/2007
Código do texto: T374366