ÓDIO AMOR E TERRA
Sou totalmente terra
O sal de suas entranhas
Os vermes que decompõem a terra
O magma de seu sagrado manto
Da nascente em pranto
Em meus olhos de terra
Sou mar sou rio sou lago
Sou vale montanha e serra
Não a podridão da luxuriante matéria
Que contamina pelo querer essa terra
Fumaça da morte atmosférica
Ontem era paz hoje só guerra
Na ânsia do tolo pelo ouro
Quer todo o tesouro o tolo
E que morra e se consuma a terra
Tem na mão o canudo e o lodo
E a ilusão de ter e dar de tudo
Mas se vende,contudo
Onde sua moral se encerra
Não Não sabe que lá guardada
Em forma de uma cova rasa
Tua etérna morada lhe espera
Sou totalmente terra
O vômito da boca da terra
O suor do corpo da terra
A palavra desferida por terra
No alvo de tua seta
E você no cio vive e vadia
No ciclo de uma vida vazia
Com sua corja espera
Acumular experiências
Onde a carne impera
Esta mesma carne
Será consumida
Em vida ainda
Pelo verme do cio
E nem mesmo um rio
Lavará tanta podridão
Que de suas entranhas
Escorrendo da supura o pus
A pomada antibiótica reluz
Mas a doença não espera
E suas carnes fedentinas
Alimentarão a carnificina
E estarão podres ainda
Quando todas voltarem
Para o seio da terra
Sem luxo sexo ou vela
Para os vermes da mesma terra