Eu
Eu sou folha seca ao vento,
Sou canção, sou movimento;
Sou a brisa em seu sorrir.
Sou a seiva consumida
Da qual foi tirada a vida,
Sou poente, sou porvir.
Eu sou pura nostalgia,
Sou canção, sou melodia
Também sou grito sem som!...
Já fui verde de esperança,
Num sorriso de criança
Hoje, triste, eu sou marrom!...
Desgarrado deste canto,
Desfaleço em meio ao pranto
Divagando em solidão...
Mas alegre me diviso,
Pois bem sei, te vitalizo
És minha decomposição.