O real inevitável
Aquela que nos move em direção à morte
Que nos compele agora e sempre à mesma sorte
Que faz o homem louco respirar a vida
E se perder de vez na estrada dividida
É a pulsão voraz que anima o semovente
Que faz doer, que faz a gente andar pra frente
Essa doideira mata, mas mantém vivendo
Alucinada a mente vai se conhecendo
E quem não alucina morre, acaba, pira
Sem pai, sem mãe, sem lei, sem a que se refira
Pra não pirar sonhamos, inventamos dores
Choramos, desejamos, fingimos amores
Mas o final é certo a morte sempre vence
A vida não é nossa, nada nos pertence.