INCERTEZAS


Eu me conheço...?
O que sou, por que sou, como sou?
Sou ego, sou id, sou imo,sou super ego?
Onde estou...?
Na vida; ou a vida está em mim?
Onde foi o início e onde será o fim?

Realmente me conheço?
Será que tenho um preço?
Tenho apreço?
Será que eu mereço;
Os traços, o nome, o berço?

Tenho de fato livre arbítrio?
Posso ir e vir; na amplitude desses verbos?
Tenho opinião própria?
Sou razão ou emoção?
Realidade ou utopia?
Onde estão os meus direitos?
Já que só me dão os deveres;
Será que vivo numa verdadeira democracia?

“Penso, logo existo”?
Ou existo por que penso?
Por que não posso caminhar contra o vento?
Mesmo que eu perca o lenço e os documentos;
Posso retirar as pedras do caminho?
Ou o caminho é feito de pedras,
Que a cada dia medra...?

O vento às vezes muda a direção,
O caminho não é mais o mesmo,
Mas as pedras continuam,
As incertezas continuam...

E nem Shakespeare explica tantas questões.