SEM RIMA 168.- ... contextos loucos ...

Curiosidades muito estranhas essas do "contexto"... A maioria dos contextos, para os observadores, não são deslocados quanto loucos. Por exemplo, aquelas apreciações (não poder ser consideradas mais do que isso) de autores como o Teixeira português, o Unamuno espanhol ou mesmo o Freyre brasileiro sobre a Galiza (em português) ou a "Galicia" (em castelhano, a contaminar o português brasileiro).

Acabo de ver citado esta opinião, apreciadora, do último citado. Julguem brasileiros, galegos e portugueses (referidos em ordem alfabética, para evitar indiscreções valorizadoras):

"O próprio Gilberto Freyre se encarrega de explicar: a origem galega do “y” dos Freyres não tinha sido esquecida por “um descendente de iberos, como eu sou [de portugueses e espanhóis]”; “regozijo-me com o privilégio de ter duas línguas maternas”. Projeta-o a todos os brasileiros pela semelhança a ponto de facilitar a mútua compreensão: “A verdade é esta: o brasileiro culto tem duas línguas maternas.” Do português e castelhano rumou para a valorização da Catalunha de Raimundo Lúlio e Eugenio d’Ors, sem esquecer a Galícia ancestral, como dizemos nós, brasileiros, influenciados por tantos imigrantes galegos, enquanto os portugueses preferem castiçamente Galiza." (in "Gilberto Freyre hispânico", Vamireh Chacon, publicado no núm. 47 da 'Revista Brasileira', pp. 251-252)

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Fico espantado, desde a minha

procurada racionalidade humana

(e não simplesmente espanhola

- que me incutiram - ou galega

- que o reino da Espanha tenta

reduzir ao nada - ou por simpatia

e ainda não apropriada tanto

portuguesa quanto brasiliana...)

desde alguma racionalidade

não escrava de nacionalismos

impróprios, de estado,...

(Pode

confundir-se não interesseiramente

"nação" e "estado"? O "estado"

é construto artificioso das classes

dominantes, quase nunca nacionais,

enquanto a "nação" surge da colaboração

nediamente humana de humanos

ao longo dos tempos, não séculos

nem anos, porque o tempo nacional

ignora toda a cronologia...)...

Digo:

desde a minha racionalidade humana,

descompreendo... incompreendo

que pessoas racionais e mesmo eruditas

afirmem tão gratuitamente o que na citação,

acima, leio dito e referido:

"Y", de origem galega?

Certo? Duvido-o... Talvez grega... Quem sabe se latina...

"Galícia" por causa dos imigrantes galegos? Só galegos...?

Podem impunemente ignorar esses autores

(o Freyre e o Chacon) o que assim demonstram

ignorar? Que o "y" tenta grafar o "i semivocálico"?

Que os galegos imigrantes no Brasil levavam

não o nome próprio da sua Terra, mas o imposto

a ela pelo reino castelhano, dominador e até

escravizador das gentes galegas de jeito

que apenas fugindo a outras Terras

podiam esperar vida melhor...?

Meu deus, como assim afirmam tão gratuitamente?

(Curiosidade curiosa: "chacon" pode que seja

palavra de vaivém... Do originário "chacota"

e variante "chacona", hispânicos ambos,

passaria ao francês "chaconne" e daí,

de novo, ao castelhano "chacón",

assim pronunciado... Quem

sabe se não possa ser

"chacona" mascu-

linizada, como

sobrenome

de varão

bem

humorado?)

(Mais outra curiosidade "marginal":

Existe nas falas galegas o par "liorna"

e "liorta"..., N > T, estranho!,

na origem o topónimo italiano

"Livorno", cidade aberta, liberal,

amiga de judeus e inimiga de inquisições;

mas de sentido inverso nas palavras

galegas: "confusão, enredo, barafunda.")