SEM RIMA 133.- ... palavras velhinovas ...

Hoje, 25/05/2012, Patricia Cattani comenta o meu "Sem Rima 132", que intitulei "... tristeza de humor ..." (T3687645). Diz: "Adorei, principalmente os significados das palavras. Abraços."

Recebo com gosto que um texto meu

seja adorado... (Perfeito! Orgulho-me

de ser tão cabalmente adorado!)

Mas também que a poeta-comentadora

percebesse a velhice e a novidade

de palavras como "acougo" e "acougar"

(com as suas variantes, "acoubo"...).

Digo "velhice" porque são, na Galiza,

palavras velhas, usadas adoito* pelas gentes

e pelos escritores (e mais pelas escritoras).

Mas curiosamente essas palavras

(nem agora "adoito")

não constam nos dicionários,

que vêm a ser arquivo ou sepulcro

vocabular do português polido.

Quer dizer, para quase todos

os lusófonos, são palavras novas,

neologismos que dizem gramáticos

e outros técnicos...

Tudo o qual, a velhice galega

e a novidade nas outras lusofonias,

convida-me a inferir, sabiamente,

que... depende...: "O que para uns

é velho, para outros apenas

começa a existir na sua experiência".

Essa é lição de vida, e de morte,

das palavras, sem dúvida, mas...

não poderemos tirar outro moral

do acontecimento por nós

tão rijamente vivido?

...................................

(*) "adoito/aduito" adj. Acostumado, afeito: 'é adoito ao trabalho'. Adoito emprega-se com o verbo ser.

adv. m. Segundo costume. Habitualmente.

Var. Aduito.

[lat. adductu]