Vida
Não me é um desígnio complexado pela vida?
Atormenta, afronta e desaparece com uma fantástica rapidez
Atiça-me, atira-me aos leões, determinada vida!
Que me fere, que me ilude – que me mata.
É uma grande dádiva natural, dizem alguns
Simples e delicada como uma rosa cheia de espinhos – e negra
São lágrimas rolando por olhos cegos, cheios de rancor
Amores descansados, um cadáver celestial.
Enterro-me numa bela história
Embebedo-me das mais puras poesias
Ouço as mais perfeitas sinfonias florais
Encontro eu o significado da vida?
Aos loucos que acreditam na necessidade do Ser:
Seus tempos chegarão, tempestuosos e obscenos
Um mar de atrocidades e verões inteiros e repugnantes
Que tortura, que replica, que arranca – que desvida.
Tão linda, tão mortal, tão viciante, tão nojenta.
Tão vida.