Vida

Não me é um desígnio complexado pela vida?

Atormenta, afronta e desaparece com uma fantástica rapidez

Atiça-me, atira-me aos leões, determinada vida!

Que me fere, que me ilude – que me mata.

É uma grande dádiva natural, dizem alguns

Simples e delicada como uma rosa cheia de espinhos – e negra

São lágrimas rolando por olhos cegos, cheios de rancor

Amores descansados, um cadáver celestial.

Enterro-me numa bela história

Embebedo-me das mais puras poesias

Ouço as mais perfeitas sinfonias florais

Encontro eu o significado da vida?

Aos loucos que acreditam na necessidade do Ser:

Seus tempos chegarão, tempestuosos e obscenos

Um mar de atrocidades e verões inteiros e repugnantes

Que tortura, que replica, que arranca – que desvida.

Tão linda, tão mortal, tão viciante, tão nojenta.

Tão vida.

Lucas Leonel
Enviado por Lucas Leonel em 19/05/2012
Reeditado em 01/09/2012
Código do texto: T3676679
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