Profundo

Escondi-o sob metáforas

E depois  o pus em uma cômoda gaveta
E ali ficou cheio de escrúpulos,
Reflexivo...
 
E num rompante maior de mistério,
 
O escondi ainda mais fundo
Pareceu-me seguro...
Paranoia...
Não! Apenas prevenção...
 
Tranquilizava-me sabê-lo ali;
Intocável, insondável
Em sua pureza de tocar o chão...

Não é egoísmo,
É que o profundo me é caro.
Porém, vez em quando ele reclama liberdade,
Direitos de livre expressão...

Quem sabe... Talvez
num dia de arrumar gavetas,

Encontre coragem para livrá-lo
das metáforas 

libertando-o de vez...




 

 

Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 14/05/2012
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T3667606
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