NOS CAMPOS DE MARTE
(um poema sobre a guerra)
O deus da guerra dispersa suas tropas para o combate
comprando vidas e conquistando crianças
com os seus jogos belicosos.
O deus da alta tecnologia quer o poder, poder efêmero,
e este nunca o satisfaz.
O deus da guerra faz-nos cantar seus hinos
que exaltam a intolerância e a violência.
O Senhor das armas quer recrutar nossos filhos
e chama a seus irmãos, inimigos.
O grande general convenceu-nos a vencer, no entanto,
ele não está apto a perecer sob as armas dos algozes.
O deus covarde entrega seus exércitos ao abandono
depois de ter-lhes insuflado coragem.
Mas o deus da guerra está acostumado a sair
quase sempre como o vitorioso nos combates;
suas vitórias têm o amargor das mais fragorosas derrotas,
porque a guerra mais justa é injusta.
E ao cair repentino da tarde,
há grande desolação nos campos de Marte.