Tremelicando... tremelicando
Meu mundo sem cor perdido no meio de tanto rancor.
Caminho a passos lentos sem alcançar nenhum alento.
Pelo deserto de minha estrada, tentei plantar uma flor dourada, mas a danada nasceu aleijada: sem pétala e somente com os espinhos.
Minha vida em redemoinho...
Minha estrada como cimento: dura marcha até o inferno de uma existência esmagadora.
Nada a colher, nada a plantar.
Minha vida é apenas uma corrente pronta para quebrar.
Mas, em meus delírios em meio ao monstro de olhos, ainda ouso com um pouco de luz, talvez sonhar.
Porque não há lugar onde realmente eu possa estar.
Porque as pedras do malfadado mundo destruiram minhas asas, e agora eu só apenas uma ave massacrada, caminhando sem caminho, vegetando sem destino.
Porque não há lugar onde realmente eu possa estar.
Porque em todo lugar a dor ali está.
Marcha sangrenta em direção as trevas...
Sigo firme mesmo alvejado olhando as matas verdes a minha frente...
Tremelicando... tremelicando, eu vou buscando...
Sim, tremelicando, tremelicando, vou tentando um pouco de luz encontrar, para quem sabe um dia a tão sonhada paz encontrar em meio a toda essa minha loucura.