TARDE DE QUINTA
De: Ysolda Cabral
 
 
Anunciou-se de maneira leve,
Para uma visita que seria breve.
Chegou fresca, cheirosa e bela,
Deixando tudo bonito que nem ela.
 
Chegou e chegou de fato.
Trazendo vida e força,
Semeando esperança nos laços,
Sem pedir desculpas pelo atraso.
 
Pensei em lhe observar:
Sua chegada  não era em março?!
Contudo, deixei pra lá!
Alegria  fiz e ainda faço.
 
E, antes que pudesse lhe aproveitar,
Foi embora, também, sem avisar.
Não eram águas de março e nem de abril.
Eram águas em maio pra refrescar.
 
Seriam bentas, milagrosas? Não!
Apenas águas de chuva,
Numa tarde de quinta sem emoção,
Feita de encomenda para infernizar.