Nada ainda
Hoje a inspiração me abandonou.
Abandonou, pelo jeito, definitivamente.
Definitivamente, também eu resolvi,
Resolvi triar o que surgir na mente.
Mente que mente, fingindo estar aqui.
Aqui,vivendo no ontem, remoendo o que restou.
Não fiquem, portanto, esperando meus versos.
Versos: pobres ou ricos, quem sabe?
Sabe que os textos, que às vezes produzo,
Produzo, antes que a inspiração acabe,
Acabe comigo, coração confuso,
Confuso ao reviver sentimentos diversos.
Já deu pra notar, que hoje é inútil!
Inútil a espera, por algo de bom.
Bom é fechar logo a tela da alma.
Alma tão triste,cinzenta ou marron...
Marron como o outono que cala e acalma.
A calma que vem, mesmo numa rima fútil.