As sementes do tempo
Soaroir 28/4/2012
Image: David Liittschwager
Introdução
O pensamento não se submete a cárceres
Nem o sentimento à tabela periódica
E a poesia, coitada, não é versada em lógica.
Só os poetas, estes tontos, dizem
o que precisam dizer...
Parte I
Se baratas não têm cérebro
E sobrevivem às intempéries
Vou deixar a fragilidade
E de acusar o destino.
Casca grossa eu já possuo
Antenas por aqui não faltam
Só me resta é avoar;
Mudar um pouco de ralo
E do cheiro deste esgoto;
Da merda do povo de cima
Tanto quanto do de baixo;
Da lixeira no pé da escada
Exalante pelo (meu) basculante;
Das prostituições no entorno...
Socorro! Socorro!
Que eu não me acostume com o lixo!
Podia ter sido diferente...
- E por que não foi?
Falta de instinto?
- Não sei. Foco, talvez
Discalculia...