ESCURO

aquele velho,naquela

monótona noite com

suas mundrungas

já o vinha observando

há algum tempo

"o que ele faz toda

sexta no semitério?"

eu me perguntrava

fugia de casa para

observá-lo

não tinha medo algum,

dava era vontade de

juntar-me aquele ritual.

numa noite fria ventosa

resolvi desocultar-me e

lhe surpeender,

pensei que o fosse assustar,

mas foi como se ele

já soubesse de minha

existência atrás daqueles

túmulos.

ele não abria a boca

só eu falava,dizendo

que queria participar,

então ele falou,mas não

lembro o que,é só o que lembro.

daí vivo nesse escuro,

não sei como sair,

se é que tem saída!

Daniel Erbon
Enviado por Daniel Erbon em 20/07/2005
Código do texto: T36173