ESCURO
aquele velho,naquela
monótona noite com
suas mundrungas
já o vinha observando
há algum tempo
"o que ele faz toda
sexta no semitério?"
eu me perguntrava
fugia de casa para
observá-lo
não tinha medo algum,
dava era vontade de
juntar-me aquele ritual.
numa noite fria ventosa
resolvi desocultar-me e
lhe surpeender,
pensei que o fosse assustar,
mas foi como se ele
já soubesse de minha
existência atrás daqueles
túmulos.
ele não abria a boca
só eu falava,dizendo
que queria participar,
então ele falou,mas não
lembro o que,é só o que lembro.
daí vivo nesse escuro,
não sei como sair,
se é que tem saída!