Loucura
Fica perto da ruína
Como droga, maconha ou cocaína
Vira sina
Já não sei o que me fascina
Confundi cheiro, vista, palavra escrita
Triste de quem em vão ensina
Grito, riso alto, coração palpita
Mãe ou familiar explica
Quantas vezes suplica
Que pare a revoução maldita
Por mais que repita
É vã a sanidade dita
Às vezes o dicernimento
Vem o alívio, o silêncio
Quase arrependimento
Quem sabe então remediado
Querido, amado
Ainda que venha o enfado
Um novo homem imito
Já não mais me irrito
Não há mais Mania
Extinto aquilo que sinto
Que não sabia por que acontecia
Também tenho apatia
Agora é fácil o sono
Acontecimento importante
É se acaso me apaixono
Pois agora há pouco libido
Estarei envaidecido ou entristecido
Quem sabe já penso em suicídio
Agora já então estive farto
Mas é triste se parto
Seria difícil para todos
Se acaso viesse me matar
Mas a dose vai baixar
Quem sabe aprenderei a amar
Aumenta o apetite, a fome
Cada vez mais distante o homem
Para quem sabe me casar
Pois agora meu manequim vai aumentar
Mas aos poucos entro em harmonia
Também entro em sintonia
E ao mundo espiritual peço
E o eu lírico dessa poesia sou eu, confesso
E já sinto alegria
Graças, seja bem dito, a um doutor
Que do enredo me fez reescrever a dor
E hoje já sinto que pude crescer
Salve minha mãe que não parou de me atender
E toda família que me viu renascer