AFFLICTIONE
Vejo a tristeza da noite,
Igual à tristeza minha!
Tragada pela desgraça,
A turva alma caminha…!
Numa inefável tortura,
Passo os meus dias a fio.
Ai! a minh'alma se faz
Em tormentoso martírio!
Vivo nessa vida estranha
Co'a solitária tristeza;
E cansada de buscar…
Perdi-me nessa incerteza!
Tudo culpa do destino…!
Ai! são tantos desenganos
Para tão triste ventura!
Pra esse mal de tantos danos!
Sufoca-me essa agonia!
Devora-me esse tormento
Na horrível noite de insônia,
No torpor do pensamento!
E na tristeza da noite,
Co'a mortal tristeza minha,
Sorvendo cada desgraça
A turva alma caminha.