Sangrando estrelas
No vão da porta entreaberta
Passa um fio tênue de luz
Que aos olhos, sem querer desperta,
Um amanhecer na noite a que me impus
Recorta a alma inteira a reluzência
Em fachos de lâmina pontiaguda
Sangrando estrelas na inconsciência
Num pedido silencioso de ajuda
Assim, no exato movimento desse rasgo
Também a carne sente-se abrir
E a consciência, no espamo de um engasgo,
Retoma seu frenético existir.