A valsa dos Obscuros
Na noite eloquente
Poetas cadentes!
Rodeiam na dança imunda!
Viajam a mente
Vã livremente...
Desguiam na lama profunda!
Poetas escuros
De mal tão puro
Recriam a maldita arte!
Poetas ligeiros
Se escondem, esgueiram.,
Escuro, ó baluarte!
Bailantes, tristonhos
Cansados, demônios
Desistem de amar o belo!
Recorrem ao insano
Ao mal, ao profano
Repuldiam o esmelro!
Poetas, amantes
Sentem, incessantes
Os mais altos delírios.
Quem ama se torna
A mais cruel obra:
O conto da morte do lirio.
Poetas marcados
Profundos, alados
Voam para o escuro.
Poetas mudados
Pelo amor ceifado
Na valsa dos obscuros.