ILUSÃO DA MENTIRA
ILUSÃO DA MENTIRA
A mente opaca fecha-se como escuro de sala,
e agora pousa os olhos sobre os livros da mesa.
Numa palavra solta, numa atrevida sutileza,
alguém feriu o sentir em sua mais assertiva fala.
E como se faltasse luz a obscurecer seu dia,
boicotada na possibilidade do que seria dito,
sentiu ser posto e avaliado, em ato proscrito,
por pseudo conceito d’uma pretensa sabedoria.
A fantasia e o real se debatiam em incertezas;
aquela verdade bambeou, ah! Pobre significante!
Jaziu a comum ação; e, portanto, tão degradante,
faz-se de quem amou a mais atroz indelicadeza!
O que ganha o mentiroso em surrupiar a mente?
- É se enganar vitorioso, em querer ser um sujeito
que, na ilusão de competir, tornou-se "perfeito"?
- Enganou a si mesmo... E feriu mais um inocente.
O suposto saber se tornou, do outro, sua pertença.
O que sei, e o que ele sabia, era apenas logosofia!
Seria, assim afirmo, pensar em ser, sendo tirania,
sugador do outro, da sua verdade, da sua crença!
Quem mal faria essa tão pequena e frágil criatura?
Quem duvidará da palavra d’um suposto inocente?
Ele é louco ou deficiente? Ele é frágil ou intrigante?
- Psicopata disfarçado em falso santo... Réu da loucura!
Vania Viana
05.03.2012