MINHA LOUCURA TOCA O CÉU
Sou um louco desgraçado
Um inconsequente maldito
Uma parte da escoria da terra
Uma desordem total
Desprezo minha própria vida
Acabo-me na bebida
Também noutros vícios da vida
Embrenho-me sem igual.
Filosofo, canto, escrevo
Os meus infinitos protestos
Meus desejos, meus amores.
Minhas dores e minhas frustrações
Só Deus, o papel e a caneta.
Conhecem as minhas facetas
As minhas sandices bestas
O oculto das minhas emoções.
Tenho a estranha sensação
De já ter vivido outra vida
Ou ter vindo de outro mundo
Que jaz bem longe do teu
Pois os meus preceitos loucos
Confundem as mentes dos outros
Os que me entendem são poucos
Loucos, loucos como eu.
Penso ter participado
De um projeto grandioso
Como a ousada construção
Da grande torre de babel
Hoje nesse mundo sigo
Escrevendo tudo que digo
Desdenho qualquer perigo
Minha loucura toca o céu.