Insânia

Beba em sua própria loucura,

A gota amarga deste vinho

No coração em desalinho

Já reinou tanta agrura...

Fita a insanidade destas retinas,

Quais se mostram num reflexo,

Onde o frendor em desconexo,

Da loucura te sublima.

Tu lograste da vida o encanto,

Da força de teus versos

E das questões do universo

Feste teu infindo recanto.

Onde só lá podes ser vivo

Ou até bramir um grito,

Qual ruirá todo tormento,

Porém é só mais um momento.

Na fealdade de tua mente,

És ser, não és serpente,

A silvar por esta terra

És o limite do real

Ante a força das quimeras.

Rio de Janeiro, 16 de março de 2012.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 23/03/2012
Código do texto: T3571208
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