Insânia
Beba em sua própria loucura,
A gota amarga deste vinho
No coração em desalinho
Já reinou tanta agrura...
Fita a insanidade destas retinas,
Quais se mostram num reflexo,
Onde o frendor em desconexo,
Da loucura te sublima.
Tu lograste da vida o encanto,
Da força de teus versos
E das questões do universo
Feste teu infindo recanto.
Onde só lá podes ser vivo
Ou até bramir um grito,
Qual ruirá todo tormento,
Porém é só mais um momento.
Na fealdade de tua mente,
És ser, não és serpente,
A silvar por esta terra
És o limite do real
Ante a força das quimeras.
Rio de Janeiro, 16 de março de 2012.