Alma Penada!
Que vive na corda bamba, insegura.
De noite meu céu, quanta felicidade!
De dia, sigo o caminho da sepultura...
E lágrimas salgadas, torpe realidade.
Tatuado, o teu beijo ainda queima.
Na face pudorosa, que não esquece;
Tua proposta indecente, que teima,
Querendo aflorar e tanto me aquece.
Esfrio meu corpo, na lápide gelada.
Deixo que meus pensamentos voem...
Tento esquecer que sou apaixonada.
Levito com o vento, sou alma penada;
Esperando inerte, que os sinos soem...
Quase morta, entre a cruz e a espada!