Certeza
Ainda que o amanhã escurecesse
E a vida aos gritos se calasse,
A poesia continuaria a existir,
Assim como a dúvida
Os erros permaneceriam terrenos
E os sorrisos também,
Pois somos sinônimos de nossas sinas
E os caminhos, obtusos
Tão certos quanto os sonhos
Sempre rentes ao acerto,
Sempre certos do declínio
Resisto assim ao vivo,
Ao medo da morte
Para que o torto permaneça
Tão certo quanto o embriagado.