Distante do Real
Distante do Real
Vejo-me, não obstante,
Desligado do passado,
Distante do meu presente
Ansiando alcançar o futuro
Despercebo o que é recente
Vivendo o sempre no escuro
Dou passos à minha frente
Pra que me sinta seguro
Entrevendo o que é evidente
Pressinto o quanto é duro
Estar perdido e plangente
Não enxergar além do muro
Levando uma vida descrente
Temendo o obscuro
E com a fé decadente
Cada vem mais imaturo
Nadando contra a corrente
Sem nunca chegar ao futuro
Torno-me indiferente
Derivando do meu curso
Cegando para o existente.