Reflexão

Será que sou como um rio?

Será mesmo que tenho um caminho?

Em que possa navegar

À tênue luz do luar?

Ou será que sou como o mar,

Turbilhão de emoções a vagar

Composto de fases, de ciclos,

De ondas e retrospectos

Indo e vindo

Num delicado equilíbrio

De opostos vitais

De doenças virais

Sístole,

Diástole,

Assim meu coração bate,

Talvez tenha vivido uma ilusão

De que tudo é reto, nada é em vão

Mas ainda assim,

Mesmo em meio à escuridão

Em meio à noite fria,

Ainda há poesia

Ventos caóticos

Caos eólico

Pois todo rio não deve no fim

Desaguar num mar, enfim?

Ou talvez esteja só ficando louco

Aos poucos

Não importa o que acontecer

Só vou continuar

A escrever

Meus dedos no escuro tatear

E as teclas apressado correr

Ver sentimentos confusos

Sentidos difusos

De todo meu pequeno mundo

A se delinear, enquanto estou a teclar

Vai ver esteja só ficando louco,

Aos poucos

Ou vai ver é o mundo que está enlouquecendo ao meu redor

Alimentando-se de meu suor

Não sei se estou me fazendo entender

Mas se ao menos sentiu o que senti

Então valeu à pena o que escrevi

E se nada sentiu, só peço que me perdoe

É que devo estar ficando louco

Assim, aos poucos

Gabriel Valeriolete
Enviado por Gabriel Valeriolete em 04/03/2012
Código do texto: T3533807
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