Reflexão
Será que sou como um rio?
Será mesmo que tenho um caminho?
Em que possa navegar
À tênue luz do luar?
Ou será que sou como o mar,
Turbilhão de emoções a vagar
Composto de fases, de ciclos,
De ondas e retrospectos
Indo e vindo
Num delicado equilíbrio
De opostos vitais
De doenças virais
Sístole,
Diástole,
Assim meu coração bate,
Talvez tenha vivido uma ilusão
De que tudo é reto, nada é em vão
Mas ainda assim,
Mesmo em meio à escuridão
Em meio à noite fria,
Ainda há poesia
Ventos caóticos
Caos eólico
Pois todo rio não deve no fim
Desaguar num mar, enfim?
Ou talvez esteja só ficando louco
Aos poucos
Não importa o que acontecer
Só vou continuar
A escrever
Meus dedos no escuro tatear
E as teclas apressado correr
Ver sentimentos confusos
Sentidos difusos
De todo meu pequeno mundo
A se delinear, enquanto estou a teclar
Vai ver esteja só ficando louco,
Aos poucos
Ou vai ver é o mundo que está enlouquecendo ao meu redor
Alimentando-se de meu suor
Não sei se estou me fazendo entender
Mas se ao menos sentiu o que senti
Então valeu à pena o que escrevi
E se nada sentiu, só peço que me perdoe
É que devo estar ficando louco
Assim, aos poucos