Anatomia do Grande Manicômio Social

Artérias pulsantes de gente se achando sã

Trafegando em veias obscuras da insanidade

Glóbulos brancos em maior quantidade

São células mutantes do que foi o amanhã

Como vírus que combate a saúde

São os loucos que perderam a juventude

Como a pupila que retrai a luz do dia

A massa encefálica me parece bem vazia

Vide o verso do esqueleto, agora!

Andarás sobre músculos de flexão, de reflexão.

A cartilagem que desdobra o dinheiro, outrora

Fora o calcâneo que esmagava o chão.

Traquéias silenciadas pelo sistema da razão

São epidermes que bronzeam a luz do ego

É o estômago digerindo mais e mais alienação

São os metacarpos de paletó brincando de lego

Como ser livre nessa sociedade sem ter razão? Poderá o homem até ser livre de razão, mas sempre estará preso à emoção.

O homem sempre será escravo de seus próprios impostos, trabalhadores de sua própria psique.

Vinicius de Freitas Carneiro
Enviado por Vinicius de Freitas Carneiro em 28/02/2012
Código do texto: T3526233
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