O delírio, o rei e o reino

O rei teve varias variações

Variou, vibrou, vislumbrou

Outras imagens (ir) reais

Do seu quarto

Ramificou seus pensamentos

E fez sua prece

A tarde toda sem pressa

Batucou, batucadas batutas

Buscou transcender

Outras intenções

Logo se metamorfoseou

Com novas asas

Do casulo se libertou

Liberto pelo reino pairou

Segregou fácil da degeneração

Dos homens caóticos

Caídos, na destruição

Do alto lamentou

O ventre, perdido, partido

O parto ocorrido

Que a cegueira inocentou

Aturdido, o reino rejeitou

Solitário profere esconjuro

E procura abrigo seguro

Nos lírios em seus delírios

Deliberando, em qualquer direção

E sem sentido

Pelo mundo logo vagou

Destemido, despiu e despediu-se

Do efêmero corpo seu

E coagido na escuridão

Desapareceu

E na alcova acordou

Ressuscitou reassumiu

E com esmero

Um novo reino construiu

(Amos)

Amos
Enviado por Amos em 25/02/2012
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