O delírio, o rei e o reino
O rei teve varias variações
Variou, vibrou, vislumbrou
Outras imagens (ir) reais
Do seu quarto
Ramificou seus pensamentos
E fez sua prece
A tarde toda sem pressa
Batucou, batucadas batutas
Buscou transcender
Outras intenções
Logo se metamorfoseou
Com novas asas
Do casulo se libertou
Liberto pelo reino pairou
Segregou fácil da degeneração
Dos homens caóticos
Caídos, na destruição
Do alto lamentou
O ventre, perdido, partido
O parto ocorrido
Que a cegueira inocentou
Aturdido, o reino rejeitou
Solitário profere esconjuro
E procura abrigo seguro
Nos lírios em seus delírios
Deliberando, em qualquer direção
E sem sentido
Pelo mundo logo vagou
Destemido, despiu e despediu-se
Do efêmero corpo seu
E coagido na escuridão
Desapareceu
E na alcova acordou
Ressuscitou reassumiu
E com esmero
Um novo reino construiu
(Amos)