MOLDURA

Janela ensolarada,
Situada nas alturas,
De frente para a paisagem,
Azul esverdeada,
Do misterioso mar,
Janela escancarada,
Para passagem,
O sussurro do vento,
Para a contemplação,
O encantamento,
Janela que emoldura,
A face da mulher ali, parada,
Entregue à divagação,
De uma alma inquieta,
De uma vida concreta,
Conectada na absurda solidão,
Parece não ver a beleza,
Contida na natureza,
Perde o ensejo de contemplar,
De se sentir integrada,
Na sonora imensidade,
Não suporta a densidade,
O ego em desacerto,
A melancolia do seu soneto,
E em um ato de loucura,
(Ou não)?
Pensa na outra opção,
P
      u
           l
                  a
                          r
                                  .
                                          .
                                                .