O Médium
Indo a toda velocidade
Pegando um atalho para o inferno
Na contramão da consciência
Com efeito, através dos séculos
Ostentação e emoção
Tornando volátil a glória da humanidade
Mais um grito de morte
Que se perde nos domínios da noite
Mais uma alma atormentada
Engolida pelo limbo do esquecimento
A ausência de horizontes
Trazendo tardios arrependimentos
Nas vozes que perturbam minha paz
Tudo isso é tão indiferente
Aos meus distantes semelhantes
Eles dizem que sou louco
Mas não sabem o que vêem meus olhos
Espíritos trazidos pelas sombras da noite
Fazendo-me rolar pela cama,
Subir pelas paredes
Não tenho escolha,
Não posso fugir de tão distorcida realidade
Enquanto a dor abraça minha alma
Sigo com a tristeza pintando as cores de meus dias
Eles dizem que sou louco
O íncubo da larva do demônio
Porém, não sabem o que vêem meus olhos.
Cego acorrentado a ilusões
A mentira como a esmola de cada dia
Mente perdida em corredores de infinito labirinto
Vozes do além ecoando em minha cabeça
Alma cambaleante, vencida pelo cansaço
Numa batalha sem desfecho
Coração que sucumbe
Numa dimensão onde o maior inimigo do homem
É a própria consciência