Julgamento final
Batismo o corpo como sendo o de Judas
A alma escravizada nos porões da desonra
Sem nada a acrescentar vulto a vagar
Nas enchentes do dilúvio vão-se a dignidade
Nessa hora morta de tantas mentiras
Repicam os sinos anunciando os pecados
Em cada cara que se dobra ao passar
Escarros na poeira do tempo de lamentos
As escadas que levam ao juízo final
Labaredas de fogo tostam os pensamentos impuros
Lentamente abrem-se as portas do inferno
Nas paredes em chamas queimam o livro da vida
Pipoca no fogo todos os passos que foram dados
Na masmorra onde a carcaça se contorce
Um filete de fumaça pirueta sobre cinzas
Baila no mar fervente entre labaredas castigantes.
Jamaveira®
Imagem: Do Google