PUPILAS

São duas, só duas,

Lindas nos olhos

Lindas aos olhos

Me fazem ver,

Me fazem cego

De pavor do amor

De amor

Me fazem morrer.

Quando as vejo no espelho dos meus olhos

sinto ternura,

Sinto amargura

E quando as toco

Sinto loucura

Dor de amor

Amor à dor

São duas pupilas

presas aos olhos

Aos olhos abertos

destinos incertos

irriquietos

aos olhos fechados

abertos à dor

fechados por amor Sao duas pupilas

escravas da dor

da dor dos meus olhos

São duas pupilas

cativas esguias

Serenas e tristes

que choram de dor

no rio do amor

No rosto cravado

cravado de dor

sem pudor

São duas pupilas

Dois olhos fechados cegos de dor

no espelho do amor morreram no pranto

do meu desencanto

Já não moram mais

nos meus olhos

pra meu desencanto

fugiram nas gotas,

e sobreviveram no pranto

nas frageis asas do meu espanto

ou nos versos do meu canto

Luiz Bento (Mostradanus)
Enviado por Luiz Bento (Mostradanus) em 10/02/2012
Reeditado em 15/09/2012
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