PUPILAS
São duas, só duas,
Lindas nos olhos
Lindas aos olhos
Me fazem ver,
Me fazem cego
De pavor do amor
De amor
Me fazem morrer.
Quando as vejo no espelho dos meus olhos
sinto ternura,
Sinto amargura
E quando as toco
Sinto loucura
Dor de amor
Amor à dor
São duas pupilas
presas aos olhos
Aos olhos abertos
destinos incertos
irriquietos
aos olhos fechados
abertos à dor
fechados por amor Sao duas pupilas
escravas da dor
da dor dos meus olhos
São duas pupilas
cativas esguias
Serenas e tristes
que choram de dor
no rio do amor
No rosto cravado
cravado de dor
sem pudor
São duas pupilas
Dois olhos fechados cegos de dor
no espelho do amor morreram no pranto
do meu desencanto
Já não moram mais
nos meus olhos
pra meu desencanto
fugiram nas gotas,
e sobreviveram no pranto
nas frageis asas do meu espanto
ou nos versos do meu canto