Flores desabrocham em mim...

Em mim desabrocham flores
Em qualquer estação
Sou jardineira camponesa
E cuido de muitos canteiros
Preparo a terra
Planto as sementes
Vejo-as germinarem
E pacientemente
Espero sorrir com o encanto
De tudo que plantei...
E as plantas trazem um florescer terno e belo
E com elas enfeito tudo que amo e gosto
Mas também o que não gosto!
Enfeito a vida
Enfeito minha casa
Enfeito minhas roupas e cabelos
Enfeito meus pensamentos
E mesmo não querendo
Já enfeitei muitas vezes a morte
E por último enfeito com flores
A dor de qualquer perda...
Porém desejo que não enfeitem minha morte com as flores.
Porque se realmente há a vida eterna
Eu quero deixar as flores aqui
Reluzindo para o Sol e dançando com o Vento.
***
Maria de Fátima Alves  de Carvalho / Poetisa da Caatinga
Natal, 09.02.2012