POEMA NA MADRUGADA

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Vivo buscando descobrir
cada vez mais o sabor das palavras,
abasteço-me embriago com elas...
Seu cheiro e sabor inigualáveis me
levam ao delírio!...

A leveza e maciez com que tocam a minha pele me fazem relaxar e voltar a ser criança precisando de colo...

Bebo as palavras degustando cada gole
com se fosse um licor de neve
exalando o sabor da brisa matinal,
embriagando dois apaixonados
numa interminável noite de amor...
em uma festa inexistente.

Respiro as palavras durante o sono e
acordo atônita no meio da madrugada...
E me vejo atracada à cumplicidade
do meu silêncio...

Da minha janela (sem grades)
olho a rua e me ponho a vagar,
e me vejo nua...
Porque muitas palavras
já adormeceram,
e esqueceram...
de alimentar e vestir o meu poema.

ISIS DUMONT
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 08/02/2012
Reeditado em 09/02/2012
Código do texto: T3487968
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