DUAS VIDAS
Divida entre o sonho e o real
O abstrato que me toca e o concreto que sufoca
Um sentimento secreto que enleva
Sinto o peso da duplicidade
Festeja minh’alma a pureza
Afasto o momento da decisão
Cruel veredicto
Atenho-me a esperança
Da mais nobre aliança
Dividida em duas vidas
Descompreendida e sem razão
Entregue e absurdamente alheia
Passos mecânicos, movimentos vãos
Embora, vivo como o pulsar do coração
Mergulhada em sonhos enlouqueço
Emersa, toda volúpia dispersa
Mas vivo duas vidas
Onde o real é pura ilusão
E o sonho minha íntegra concretização