«Vênus e Adônis», Antonio Canova (mármore, 1794)   *



TIVESSE  EU  ASAS…

Tivesse eu asas,
Pousaria leve
Sobre o teu corpo,
Em gesto nada breve,
Qual pluma,
Nuvem de algodão,
Sonho,
Canção…

Chegaria

Ao cair da noite,
E todos os teus beijos
Roubaria…
E só de manhã,
Quando o sol
Estivesse bem alto,
Eu pararia…

Tivesse eu asas,
Sobre teu corpo
Leve,

E nada breve,
Pousaria…


Ana Flor do Lácio






Ah,se eu tivesse asas!
além do horizonte iria voar
passaria sobre todas as casas
e te amaria sobre as águas do mar... 

(Nana Okida)



*  A figura de Adônis desde a antiguidade clássica aparece ligada ao modelo de beleza masculina.
O nascimento de Adônis foi fruto de relações incestuosas entre Smirna (Mirra) e seu pai Téias, rei da Assíria, que enganado pela filha, com ela se deitou. Percebendo depois a trama, quis matá-la. Mirra pediu ajuda aos deuses que a transformaram na árvore que tem seu nome.
Da casca dessa árvore nasceu Adônis. Maravilhada com a extraordinária beleza do menino, Afrodite (a Vênus dos romanos) tomou-o sob sua proteção e entregou-o a Perséfone (Prosérpina), deusa dos infernos, para que o criasse.
Mais tarde as duas deusas passaram a disputar a companhia do belo menino e tiveram que submeter-se à sentença de Zeus. Este estipulou que ele passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis, que preferia Afrodite (Vênus), permanecia com ela também o terço restante.
Afrodite (Vênus) e Adônis se apaixonaram, mas a felicidade de ambos foi interrompida quando um javali furioso o feriu de morte. Sem poder conter a tristeza causada pela perda do amante, a deusa instituiu uma cerimônia de celebração anual para lembrar sua trágica e prematura morte.
Em várias cidades da Grécia, Assíria, Pérsia e Chipre passaram a realizar-se festivais anuais em honra de Adônis. Durante os rituais fúnebres, as mulheres plantavam sementes de várias plantas floríferas em pequenos recipientes, chamados "Jardins de Adônis". Entre as flores mais relacionadas a esse culto estavam as rosas, tingidas de vermelho pelo sangue derramado pela deusa ao tentar socorrer o seu amor.  
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 07/02/2012
Reeditado em 22/05/2013
Código do texto: T3484436
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