Nos versos que nunca escrevi
estão as dores que nunca disse
Na poesia morta que um dia
abortei,
estão as minhas mesmices;

Aquelas  que não te contei...


Os meus mais secretos desejos
os sonhos de abraços e beijos
das noites que nunca vieste...
Da boca que nunca provei
um gosto amaro e agreste...

Acordo como quem já não dorme
com a vida me adormecendo...
Observando as janelas... sigo,
sem sono e sem está vendo...

Vendada por tantos mistérios...
Sou
uma nuvem que passa...
Apenas um refrigério,de
mais uma vida sem graça!


Na minha linha do tempo
as marcas e a pele marcada!
De quem passou no horizonte
sem rastros e sem pegadas...


Enquanto estática eu vivo
com uma ferida estancada
capto os sons dessa vida,
e de minhas vidas passadas
em meio as manhãs iludidas
e nos silêncios das madrugadas...

Negando o hoje e o futuro
vivo em cima do muro
crendo não merecer nada...

Esses meus ocultos anseios
levarei pro túmulo comigo
ou morrerei de luto e tristeza
por esse eterno castigo!


Viver uma vida sem vida
ou morrer pra viver outra
vida...Minha pena e meu jazigo!






Medo da chuva - Raul Seixas


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Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 03/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3478273
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