UM LUGAR

Vida métrica
                   Elétrica
Tantas esquinas
Às vezes sintética
 Vazia
Alma! não aceitou
A norma
A rotina
Se dobrou
Em forma
Geométrica
Rompeu
Com a lucidez
Em pássaro se fez
Um voo (in)esperado
Para qualquer lado
Ou
Para o lado
Que o olhar
Apontou
Um lugar
Que ela mesma criou
Rubra sombra do teu
Voo condor
Em uma asa
                 A poesia
                              Na outra
                                            O amor.


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Voa!
 Solta tuas asas condor,
 Símbolo do poder criador!
 Altaneiro em voo pleno,
 Trazes contigo o renascer,
 A liberdade do Ser,
 Em cada amanhecer.
 Ave perfeita
 Derramas beleza
E liberdade
 Sobre as planícies
 Do amor.
 Na altivez
 Do teu voo sagrado
 Trazes magia
 À minha noite,
 Ao meu dia,
 Trazes os Elementos,
 A fúria e o encanto
 Do mar e dos ventos.
 Paz e harmonia,
 Orbita planetária,
 De Mercúrio a Plutão
 Anjos e arcanjos,
 Alquimia, doce profusão.

 Voa! 
Solta tuas asas condor,
 Símbolo do poder criador!
 Ave altaneira,
 Pássaro sagrado,
 Tua simbologia
 Representa sabedoria,
 Um Segundo Logos,
 Guardião do Reino,
 E dos seres de cada espécie.
 Voa pássaro sagrado,
 Minha doce prece
 Ser que merece
 Toda a proteção
 Do supremo
Reitor do Universo!
 Rei das alturas,
 Mas também servidor,
 Instrumento da arte
 Da renovação,
 Visão e purificação.
 Teu olho
Representa o sol,
 O tempo, o trovão,
 Mensageiro do divino, Profecia, iluminação.
Como uma ave tão grande
 É capaz de voar?
 Sabedoria, intuição,
 Prudência, calma,
 Ponderação,
 E quase não há gasto
 De energia
 No voo que me delicia...
 Voa!
 Solta tuas asas condor,
 Símbolo do poder criador!

(Ana Flor do Lácio)