ITER CRIMINIS
Juliana Valis
Ele acordou sem reconhecer sua face
E ela avistou a sombra do nada
Tão próxima de cada frívolo impasse
Que os dois planejaram matar a cilada
Em pleno vácuo de aurora celeste,
Numa segunda-feira sem feiras de dor,
Ele se armou com o êxtase agreste
E ela vingou cada verso de amor
E neste céu que a justiça terrena
Esqueceu, tão amena, de um dia habitar
Ela furtou um milhão de estrelas
Enquanto ele atirou no espectro lunar
E depois fugiram de tantos cometas
Que policiavam cada réquiem de espaço,
Desviando dos tempos que criam planetas
Nas tantas galáxias do mais vil descompasso
E os dois foram presos em flagrante delito
Quando ele viu o sangue dela em miragem
E, olhando pra ela, desvaneceu com este grito:
- Céus, eu matei, em ti, minha imagem !
---
www.julianavalis.prosaeverso.net
Quadro de Henri Matisse
Juliana Valis
Ele acordou sem reconhecer sua face
E ela avistou a sombra do nada
Tão próxima de cada frívolo impasse
Que os dois planejaram matar a cilada
Em pleno vácuo de aurora celeste,
Numa segunda-feira sem feiras de dor,
Ele se armou com o êxtase agreste
E ela vingou cada verso de amor
E neste céu que a justiça terrena
Esqueceu, tão amena, de um dia habitar
Ela furtou um milhão de estrelas
Enquanto ele atirou no espectro lunar
E depois fugiram de tantos cometas
Que policiavam cada réquiem de espaço,
Desviando dos tempos que criam planetas
Nas tantas galáxias do mais vil descompasso
E os dois foram presos em flagrante delito
Quando ele viu o sangue dela em miragem
E, olhando pra ela, desvaneceu com este grito:
- Céus, eu matei, em ti, minha imagem !
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www.julianavalis.prosaeverso.net
Quadro de Henri Matisse