Penso, logo existo... E por quê, talvez, não?!...
Passam- se os dias e as horas e as horas nada muda, uma vontade reprimida de sentir, de gritar de chorar. Uma vontade de fazer algo diferente , um rumo, um sentido qualquer, algo para dizer eu fiz isso, eu fiz a diferença, eu não fui esquecido... Esquecido por quem? Por qual razão? A vida insossa, sem emoção, sem um destino. Vagando por fatos e conflitos, buscando grandes sentidos em pequenas coisas um eterno versos no reverso. A psicologia residual dos fatos já não é mais o bastante, a felicidade uma mera e longínqua meta a ser conquistada, algo abstrato e extremamente imaterial e por essa mesma razão algo impalpável e quase inalcansável, não por não querer ou por não ter vontade, mas pela força das consequências, inatingível.
Inegável dizer que esse falar unidirecional é a declaração quase declarada da perda, da derrota, da ausência de forças, para tentar mudar a situação. Afinal como poderia ser de outra forma, os meus heróis já morreram, eles que me davam força e me motivavam a viver, a lutar não mais existem... Um caminho a trilhar, já não visualizo mais, se algum dia visualizei?!... Pergunta capciosa essa, mesmo feita por mim mesmo a resposta não é assim tão fácil... Exige coragem, equidade, humanidade, empatia, coisas que não mais possuo... A imagem de uma árvore oca, já não é mais tão misteriosa ou estranha, ela reflete a mim mesmo, linda, bonita, frondosa, cheia de vida e desafio por fora, dentro fraca, indefesa, morta, sem forças, a derrota em si mesma. Perguntas e indagações?! Ódio e aflições?! Negatividade e decepções?! Medo total e perene...
O futuro a mim não mais pertence, a vontade biológica essencial, mero detalhe imaterial, aquele suposto incentivo financeiro, de usar e abusar de objetos não trazem mais a antiga sensação... A sensação de controle e de ser notado, não existe mais. A imortalidade de fazer alguém e deste, ser uma imagem e essência a sua face; mero detalhe casual. Um paradoxo sem resposta objetiva, um ser desprovido de razão, como uma luz no fim sem poder ser alcançada.
Fico pensando será que tudo até hoje foi um mero detalhe?! Um acidente por assim dizer?! Um teste feito por forças misteriosas, corrompidas que nos mexem feito fantoches, para seu próprio deleite?! Uma cornucópia de situações e de acasos corroboram para minha leve suspeita. Desde aquele encontro casual na rua, até o cometa que se aproximou a Terra, tudo conspirado e planejado para o susposto início do fim. Que meus órgãos e sentidos falem por mim, não seria possível lógica e racionalmente ser explicado, a tal força do além teria tanto intelecto, uma imensa força sobrenatural interior?! Por que?! E para quê?!
O meio, fim, o passado, desapegos incríveis da casca de noz, aquela imaginada, aquela suposta, aquela real; tão real quanto o vento, tão real quanto a luz do Sol, que faz as flores desabrocharem... Tão real quanto o amor de uma mãe que se sacrifica pelo filho ameaçado... Tão real quanto... Já não mais sei... Saber?! Afinal o que se deve saber?! Vivo a saber, a querer saber, a não querer se esquecer. Retrocessos de uma mente ansiosa, tão ansiosa quanto possível, tão capaz quanto necessária.
Penso, logo existo... E por quê, talvez, não?!...