Sem meu quasar...
Por que eu escrevo?
Para não morrer de dor
Uma dor na alma abusada,
Latente, insistente,
Essa dor me atira a queima roupa,
Me tira a calma, me estapeia a alma.
Escrevo o não vivido,
Escrevo por escrever,
E numa dessas escritas
Depois entendo o porquê!
Rabisco meus traços
Que se fundem com meus fracassos
Que se fundem com minhas paixões
Que se fundem com minhas quimeras.
Escrevo o meu inconsciente
Escrevo o absurdo de mim
A mentira de mim,
As atrocidades de mim.
Escrevo todo meu sexo
Todo meu amor
Derramo sobre meus versos...
Pitadas de charme, rebeldia e melancolia.
Queria ser cruel
Queria ser fria
Queria ser escorregadia
Queria ser fel.
Mais sou emoção
Sou quente
Sou apaixonada
Sou mel.
Mas estou vivendo
Sem a pedra indicada
Sem o mar perfeito
Sem meu quasar.