.x.|. MeLanCoLiA - VeRSoS De[MenTeS] - III .|.x.
Já não me faço entender
Entre as resmas de papel
E sinto de um modo cruel
Que não sou traço para se ler...
Porque há uma secreção
Que escorre destes dedos
São meus segredos
Em forma de ilusão...
Deito-os em quietude
Ao observar os telhados
[Todos sujos, limosos...]
Deixo-os indolentes
Numa letargia latente
[Uma assimilada apatia]
Quase...
...dissimulada melancolia...
Porque as asas pesam
As penas estão grudentas
E, talvez, tenha errado ao voar...
E vem de longe esta gravidade
Que me prende - densa - à terra
Mostrando mi'a imensa inanidade
Elucidando a maior verdade
Dentre as piores mentiras:
Vivo para servir à perenidade...
Morro para dar vida à posteridade...
Jamais deixarei de ser mero pó.