A Loucura

A loucura se insinua pelos cantos

Na hora escura sob o olhar da Lua

Sobe até o teto e desce como a bruma

Na minha cabeça pinta um fio branco

A loucura se insinua pelos cantos

Serpe negra que adentra em meus ouvidos

Fazendo do seu veneno o meu pranto:

Lágrimas amargas e sem sentido

Uiva na estepe um lobo solitário

Cansada, a minha sombra me abandona

Cansado, o meu esqueleto desmorona

Mas a alma permanece em seu calvário

A loucura se insinua entre os defuntos

Nos cemitérios ela é mais fecunda

Abrasadora praga de outro mundo

Minha alma abaixa a fronte e a ti se curva!

A loucura uiva dentro do meu peito

E quando a aurora vem junto com Vênus

Um sobressalto me acorda e me assusta

Assim o bom dia insano da loucura!

Marcel de Alcântara
Enviado por Marcel de Alcântara em 18/12/2011
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