A VELHA PROSTITUTA
Esta histamina que no gozo se contamina
É luz de pirilampo trompando no escuro
Indo de encontro à luz de Cora Coralina...
Fada madrinha se acha
Não encontra mais no macho a fenda
Que não se encaixa na delicada emenda
Acha que é renda de relva
Quando não passa de mato
Crescendo na selva de sua réstia
É chumaço de algodão
Cristaleira de velha coleção
Ferida aberta em letra vê
Das pernas abertas cobertas
Com estranho gosto de pavê...
Boca de loba a procura de um cão faminto
É inseto que precisa de luz
Que se enrosca na luz do lampião
É licor de absinto
Não se sacia no realejo recinto
Arrepia-se nas consonantais estreitas
Pois que suas tetas
Já foram as muretas firmes de sua lassidão
É carne curtida, peru de festa
Carne mole cachaça e na boca a sesta
Mais estamos em comemoração
Os anjos nos protegem
Refestelam-se sem arapucas
Mais existem muitas leitoas à pururuca
Com farofas de rachar a cuca...