A VELHA PROSTITUTA

Esta histamina que no gozo se contamina

É luz de pirilampo trompando no escuro

Indo de encontro à luz de Cora Coralina...

Fada madrinha se acha

Não encontra mais no macho a fenda

Que não se encaixa na delicada emenda

Acha que é renda de relva

Quando não passa de mato

Crescendo na selva de sua réstia

É chumaço de algodão

Cristaleira de velha coleção

Ferida aberta em letra vê

Das pernas abertas cobertas

Com estranho gosto de pavê...

Boca de loba a procura de um cão faminto

É inseto que precisa de luz

Que se enrosca na luz do lampião

É licor de absinto

Não se sacia no realejo recinto

Arrepia-se nas consonantais estreitas

Pois que suas tetas

Já foram as muretas firmes de sua lassidão

É carne curtida, peru de festa

Carne mole cachaça e na boca a sesta

Mais estamos em comemoração

Os anjos nos protegem

Refestelam-se sem arapucas

Mais existem muitas leitoas à pururuca

Com farofas de rachar a cuca...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 18/12/2011
Código do texto: T3394594
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