Poeta é assim…
O poeta é meio assim
Joga o barro na parede
Se vier a colar... Colou!
Mas, se não for colar...
Ele sai logo a declamar
Porque sabe que importa é amar
Compõe a mais de mil amores...
Todas suas alegrias, dores e flores
Que saem em forma de centelha
Em conteúdo que nem se imagina
Depois o leitor lê e nele se espelha
Se ele está frio... Aquece-se da chama
Já no calor... Refrigera-se e proclama
Fica feliz por resquícios de nada...
Ao saber que buliu na sua emoção
Ao constatar que seu verso não foi em vão
E quando pensam que aquietou o seu facho
Lá vem ele como espírito em pleno despacho
Já imaginou este mundo sem o seu toque?
Hospitais e hospícios estariam lotados
Ainda não encontrei melhor remédio...
Para acabar com todos os tipos de ódio e tédio
Que este de dar evasão ao que entra no coração
Então me perdoe... Por ser tão abestalhado!
Hildebrando Menezes