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Como se o peito ditasse

Outro ritmo imortal

E como se o verso versasse

Sobre uma outra moral

Deito-me, assim, em disfarce

Neste poema espiral...

Como se a vida faltasse

A cada suspiro de amor;

Como se o grato frescor

Das flores, assim, me beijasse

E teus lábios os meus encontrassem

Num ardoroso furor;

E como se o intraduzível

Pudesse na letra habitar

E eu fosse, enfim, invencível

Por saber-me feliz a te amar

Faria do verso pequeno

Um teu sereno altar...

Mas, nesta carne sensível

E nesta lágrima tão abissal

Leio a prova infalível

De que sou triste e mortal...

Morro no verso incontido

Misturando-me, assim, tão dual...

E deixo, por fim, construído

Meu legado sumário e real.

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xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 13/12/2011
Código do texto: T3387323
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