DEPOIS
Pássaro homem voava...
Se era louco? talvez,
Tinha a linha, a espessura,
Das asas despenadas,
De uma vida fragmentada,
A certeza do verbo chegar,
Na cinzelada solidez,
Da movimentada calçada,
E acabar de uma vez,
Com o tudo ou com o nada,
Com a angústia que o destoava,
Incomodava o seu traçado,
Pássaro homem inerte,
Voo recolhido, calado,
Sob olhares de questionamentos,
Apenas, alguém que não mais,
Reflete a luz do dia,
Pose para a última fotografia,
Breve será manchete,
De populares jornais,
Depois cairá no esquecimento.
- - - - - - - - - - - - - -
SEMELHANÇA
Homem - pássaro enlouquecido,
que parece possuido
pelo afã do amanhã.
Queimou as asas depressa
no fogo que o empurrava
para a frente impunemente,
confiante na promessa
de que era um deus - comandava.
Triste história, triste fim.
Também eu queimei as asas
numa fogueira, nas brasas...
Homem pássaro, igual a mim.
(HLuna)
Pássaro homem voava...
Se era louco? talvez,
Tinha a linha, a espessura,
Das asas despenadas,
De uma vida fragmentada,
A certeza do verbo chegar,
Na cinzelada solidez,
Da movimentada calçada,
E acabar de uma vez,
Com o tudo ou com o nada,
Com a angústia que o destoava,
Incomodava o seu traçado,
Pássaro homem inerte,
Voo recolhido, calado,
Sob olhares de questionamentos,
Apenas, alguém que não mais,
Reflete a luz do dia,
Pose para a última fotografia,
Breve será manchete,
De populares jornais,
Depois cairá no esquecimento.
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SEMELHANÇA
Homem - pássaro enlouquecido,
que parece possuido
pelo afã do amanhã.
Queimou as asas depressa
no fogo que o empurrava
para a frente impunemente,
confiante na promessa
de que era um deus - comandava.
Triste história, triste fim.
Também eu queimei as asas
numa fogueira, nas brasas...
Homem pássaro, igual a mim.
(HLuna)