DELÍRIO

"Sou o sonho de tua esperança,

Tua febre que nunca descansa,

O delírio que te há de matar!"

(Álvares de Azevedo)

Noite de caos!... maldita noite!

Tenho febre, estremecimentos...

Ai! perturba-me o pensamento!

Minh'alma chora co'os açoites!

Ai! principio a delirar!

Sinto fremir o corpo insano!

Febre, dor, pranto... tudo exclamo!

Cancro n'alma a me torturar!

O cansaço invade o meu peito!

Eu praguejo, eu reclamo, eu gemo!

Cansaço, ânsia, medo extremo...

Tudo se agita no meu leito!

Co'a morbidez cravada n'alma

E nos meus versos sufocantes,

Eu me revelo nesse instante,

Proclamando o que há na insoss'alma.

angelk
Enviado por angelk em 08/12/2011
Reeditado em 16/07/2015
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