ALMA FENECIDA
A alma se perdeu em agonias
Um vendaval de tristes emoções
Correu, tentou ao léu jogar suas feridas
E ensanguentada ao chão se arremeteu
A alma não sentia mais as suas dores
Simplesmente foi-se, rastejando
A alma já não tinha mais comando
Empobrecida deu-se ao final
Embora o paraíso fosse longe
Inda era o seu sonho, ali morta,
Enquanto à sua volta em brancas nuvens
O tempo rebuscava ilusões
Deixadas como folhas outonais
E no afã de sua vil sangria
A alma lamentava seu destino
De nunca mais cruzar um novo dia
E mesmo ali perdida em agonias
Ainda pôde ver cair a noite
E em suas vestes colhê-la em sepultura...